domingo, 4 de novembro de 2012

SEM PALAVRAS.


Acabaram-se todas as minhas rimas, todas as minhas trovas, toda a minha inspiração, se é que um dia eu as tive.
Ouvi palavras que jamais esperei ouvir, e de quem não merecia ouvir.
Palavras duras que me deixaram sem ação, apenas me 
levaram ao auge da comoção.
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E como sofri, sofri como jamais supus  sofrer um dia.
Recolho-me agora a toda essa solidão que se tornou
a minha vida, pois a esperança deixou de existir, e era
ela que me fazia companhia nessa espera sem fim.
Sem palavras sinto a mente vazia, tudo o que eu tinha,
ou acreditava ter, perdeu a razão de ser.
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Como continuar a estrada se não tenho mais direção,
perdi o rumo, já não sei mais o caminho.
Busco nos riscos e rabisco, nesse emaranhado de 
sentimentos e pensamentos algo que me agasalhe a alma como em um ninho.
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Um ninho quente, macio, aconchegante,
e que saia desse casulo a menina que eu era e vença a mulher, que a duras penas se transformará em gigante.
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Gigante na vida, gigante para lutar e sair inteira,
aprendendo com tudo que vi e vivi.
Certa de que valeu a pena, o amor, o carinho,
a descoberta do prazer em seus braças, o dar e receber.
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Voltar a viver aos poucos, e não esperar mais pela volta de quem não quer voltar.
Encontro-me agora sem palavras, como um livro em branco, vazia de pensamentos, fervendo de sentimentos,
e essa imensa dor.
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Mas sou guerreira que não foge a luta, vou lutar.
Vou conseguir te arrancar da minha vida,
te arrancar do meu coração e das minhas memórias. 
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Sílvia Pertusi 

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