segunda-feira, 28 de março de 2011

SOLIDÃO

Os dias arrastam-se e parecem interminaveis,
as pessoas apressadas passam pela rua, esbarram-se
e não se vêm.
Eu a tudo observo, como expectadora de mim mesma
tentando descobrir em cada rosto um olhar amigo,
alguem com um pouco de tempo para parar e conversar.
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Solidão, uma multidão passa, e não me percebem,
por longas e vazias horas, o tic tac do relógio marca
o tempo de abandono.
Depois de tudo feito, tudo cumprido
resta-me apenas a espera de que tudo termine.
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Todos, indistintamente todos esperam por alguma coisa ou por alguem.
Mas não se encontram no corre corre, não se vêm, não se acham.
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Parem, por favor parem todos, nem que seja por poucos minutos.
Olhem para si mesmos, olhem para os outros,
percebam o sorriso nervoso no canto da boca, os olhos tristes fixos no vazio, as mãos a procura de outras mãos,
os braços a procura de um abraço.
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Por favor, descubram-se, encontrem-se, desnudem-se do orgulho, da vaidade, amem-se e amem, e ousem ser feliz.
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Sílvia Pertusi

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