domingo, 12 de outubro de 2008

SOLIDÃO


Como é triste a dor da partida,
de saber não mais -lo nesta vida terrena.
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Tantas coisas deixaram de ser ditas,
tantas mágoas deixaram de ser esquecidas,
tantos abraços deixaram de ser dados.
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Tantos" Eu te amo", ficaram presos na garganta.
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Você se foi, meu irmão, mais cedo do que o esperado,
você partiu sem que tivéssemos combinado,
e agora???
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O que faço de mim, que me sinto mais órfã
do que nunca, perdi o meu alicerce.
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Você era o último elo que me unia a minha infância,
que parece agora jamais ter existido.
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Você me lembrava o nosso pai,
você me ligava a nossa mãe,
e agora lá estão vocês...
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Festejando o reencontro,
festejando e matando as saudades,
e me deixaram aqui, esqueceram de me convidar.
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Sei que não estou sozinha, tenho
filhos, noras, genro e netos,
sou a base desta família que construi,
mas estou sem base.
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Perdida na imensa tristeza,
sufocada pela enorme dor.
E me sentindo terrivelmente só.
-
Sílvia Pertusi

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