Na solidão em que me encontro, nada mais espero.
Tudo passou e acabou, os sonhos me fizeram ter medo de dormir.
A felicidade tornou-se o que sempre foi, abstrata.
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A esperança como bolha de sabão, foi soprada pela brisa
e desmanchou-se, como foram desmanchados todos os meus castelos, como se fossem de areia.
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Percebi que o beija-flor não beija a flor, como eu poeticamente acreditava, nada mais faz do que tirar dela o seu néctar para que sobreviva.
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As rosas quando amanhecem molhadas no jardim, não são lágrimas de saudades por que as borboletas se foram, mas sim estão molhadas de orvalho.
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O gosto do seu beijo que eu acreditava saborear em cada fruta madura, transformou-se realmente
no que sempre foi, o sabor da própria fruta.
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A chuva que eu poetizava dizendo misturar-se com minhas lágrimas para lavar-me a alma, voltou a ter o seu verdadeiro papel, que é dar vida a natureza e a toda humanidade.
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E agora resta-me seguir minha vida buscando na dura realidade do dia a dia, alegria nas entrelinhas,
confiança em mim mesma, sabendo-me forte e decidida
a seguir em frente, a despeito das tristezas e das decepções, das dores e das mágoas.
Mas acreditando que o verdadeiro amor, como o meu amor, é imortal.
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Sílvia Pertusi.
Um comentário:
sozinha aqui, nesse sábado preguiçoso, mato a minha fome de leitura no seu blog, silvia. aproveito para reler todos os seus post. hoje voce nos presenteia com essa poesia tão significativa "realidade" adorei!
que bom.
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