CHUVA

A CHUVA CAI LÁ FORA TORRENCIALMENTE LAVANDO TUDO;

AS RUAS, AS CASAS, AS ÁRVORES, OS CARROS QUE PASSAM

EM ALTA VELOCIDADE, AS PESSOAS SE ESCONDEM EM BAIXO

DE MARQUISES, E GUARDA-CHUVAS.

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E EU NUM ÍMPETO DE LIBERDADE LOUCA, SAIO PRA RUA,

SENTINDO A CHUVA MOLHAR-ME O CORPO, SINTO COMO

SE MINHA ALMA ESTIVE-SE SENDO LAVADA.

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AS DORES, AS MÁGOAS, AS TRISTEZAS, TRANSFORMADAS EM

LÁGRIMAS ESCORREM JUNTO COM A CHUVA PELO MEU ROSTO,

CAEM AO CHÃO E SÃO LEVADAS JUNTO COM A ENXURRADA.

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AS PESSOAS OLHAM-ME, E TALVEZ JULGUEM-ME LOUCA.

DOCE LOUCURA, POIS, SEI QUE MESMO DEPOIS DA MAIS FORTE CHUVA,

VEM O SOL, E EM MEU CORAÇÃO VEIO A ALEGRIA E O CONFORTO

DO DESABAFO SILENCIOSO E VERDADEIRO.

SENTI-ME LEVE, REVIGORADA E FELIZ.

TALVES QUEM SABE ATÉ A PRÓXIMA CHUVA.

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SÍLVIA PERTUSI