PAI

Pai, aquele garoto inesperiente que sem camisinha tem a sua primeira tranza, e tem certeza, ou quase que nada vai acontecer, mais acontece.

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Pai, aquele executivo bem sucedido que dá aos filhos o que há de bom e de melhor, mas falta-lhe tempo para o amor.

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Pai, aquele trabalhador braçal, que luta de sol a sol, para dar sustento a família e estudo aos filhos, mas sobra-lhe amor.

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Pai, aquele caído na sarjeta, escondido atrás da bebida sendo corroído pelo remorso e pela vergonha de ter, por covardia, abandonado a menina-mãe.

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Pai, amoroso, pai enérgico, que verifica as tarefas da escola, pai que solta pipas no descampado, que colhe as mais saborosas frutas no pé.

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Pai que carrega no colo quando o sono chega, pai que saí cedinho para o trabalho e que volta quando já dormindo seus filhos ouviam "durmam com Deus", e sentiam o seu beijo carinhoso de boa noite.

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Pai, que a vida levou, mas que sempre será a viga mestra da casa onde nasci.

Sílvia Pertusi.