terça-feira, 26 de agosto de 2008

CONVERSA


EM UM JARDIM OUVE-SE A SEGUINTE CONVERSA:
Por que você esta aí escondida?
É por timidez ou modéstia?
__Não sou tímida, nem modesta.
__Eu sempre vivo nos jardins,
voando de flor em flor...
__Mas quando a vi, não resisti,
Apaixonei-me.
__Não seja tolo somos tão diferentes.
__Não creio, suas pétalas são tão delicadas
e coloridas como minhas asas.
__Você embeleza os jardins de flor em flor,
sorvendo delas o néctar da vida,
e eu fico aqui fixa na terra.
__Mas você é tão bela, e esta sempre
presente em uma declaração de amor,
ou na despedida do último adeus.
__Eu tenho consciência de tudo isso,
mas vê bem e se sensato...
__Como posso ser sensato se apaixonei-me
por você?...
__Não..., isso não pode ser amor.
Vá pois minha vida é curta...
A borboleta beijou a rosa e voou para
longe, fazendo de seu voo um novo encontro.
E as duas borboletas se enlaçaram voando como que
envolvidas por uma belíssima valsa.
E a pobre rosa ficou como era de seu destino
fixa na terra e só no imenso jardim.
E todas as manhãs sua pétalas estão úmidas de
orvalho... Ou serão lágrimas de saudades.
Sílvia Pertusi

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